quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ensaios de Amor - Alain Botton (II)

Estou terminando de ler Ensaios de Amor do autor Alain de Botton, e mais uma vez resolvi compartilhar trechos do livro que chamaram minha atenção.

São pequenas partes que me lembram fatos, pessoas, histórias reais e me deixaram pasma e louca para ter tal capacidade, de contar fatos com tanta realidade de clareza.

Se bem que Botton não é tão claro assim nos seus livros, mas quando a narrativa é para fatos detalhados, aí sim, ele é ótimo,só complica quando entra a filosofia!
>
Amantes são podem matar sua própria história de amor apenas porque são incapazes de tolerar a incerteza, o puro risco, de que sua experiência de felicidade tenha dado certo.

.......

"Você teria me amado se eu tivesse um sinal de nascença enorme no meu rosto como ela?" O anseio é de que a resposta seja "sim" - uma resposta que colocaria o amor acima das superfícies mundanas do corpo, ou, de modo mais particular, de suas superfícies cruéis e imutáveis. Eu te amarei não só por sua inteligência e talento e beleza, mas simplesmente porque você é você, sem condições. Eu te amo por quem você é no fundo da sua alma, não pelo saldo do seu talão de cheques. O anseio é de que o amante nos admire despidos de nossas virtudes externas, apreciando a essência de nosso ser sem realizações, pronto para repetir o amor incondicional que se diz existir em algumas partes entre pais e filhos. O verdadeiro eu é aquele que se pode com liberdade escolher ser, e, se um sinal de nascença aparece em nossa testa ou a idade nos enruga ou a recessão nos leva à falência, então devemos ser desculpados por acidentes que prejudicaram o que é apenas nossa superfície. E, mesmo que sejamos bonitos e ricos, também não desejamos ser amados por causa dessas coisas, pois elas podem nos faltar, e com elas o amor. Eu preferiria que você me elogiasse pelo meu cérebro e não pelo meu rosto, mas, se você faz questão, então prefiro que elogie meu sorriso (móvel e controlado) do que por meu nariz (que é estático). O desejo é que eu seja amado mesmo que tenha perdido tudo: não deixando nada senão "eu", esse misterioso "eu" considerado a identidade em seu ponto mais fraco e vulnerável. Você me ama o bastante para que eu possa ser fraco com você? Todos amam a força, mas você me ama pela minha fraqueza? Esse é o verdadeiro teste. Você me ama despido de tudo que pode ser perdido, apenas pelas coisas que eu terei para sempre?


Trechos do Livro Ensaios de Amor de Alain de Botton

Bruna Turques






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou? Então comente! Não gostou? Comente também!