sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Por que as mulheres curtem romances e os homens ação?


Ontem assisti a um filme super legal, O Protetor, filme de ação com Denzel Washington que um amigo disse ser muuuuuuuuito bom, como todo esse exagero no muito.

Bem, o filme é bom. Não vou fazer uma descrição crítica aqui, mas não é isso tudo. Daí fiquei me perguntando porque os meninos gostam tanto desse tipo de filme e nós, meninas, tanto dos filmes melosos.

Vejamos, no filme de ação é sempre a mesma coisa, certo? É um cara muito foda, que entende de artes marciais (TODAS), tecnologia, segurança de dados, segurança pessoal, bombas, ciência, astronomia, mecânica, física quântica e um pouco de esoteria.

Já no romance a mulher, por mais tapada que seja e em circunstâncias deploráveis consegue conhecer um cara bacana, boa pinta, que ama a natureza, a família dela, os amigos dela, os defeitos dela, todas as babaquices que ela faz, o cara corre atrás, se mata, esquece todos os milhões (porque num bom romance o cara nunca é pobre, convenhamos que não tem charme nenhum jantar num podrão, ok?), esquece a modelo linda que faz tudo por ele, os amigos, enfim, deixa tudo de lado para viver feliz com ela.

E aí você me diz: qual é o problema Bruna? A grande questão é que bem, em ambos os casos, essas situações não existem. Nem o cara todo poderoso, invisível e que luta como se não sentisse dor e muito menos o romântico milionário perfeito.

Mas todo menino sonha em ser tudo isso aí, em ter super poderes, em poder voar e andar super veloz em seus velocípedes. Enquanto as bonequinhas sonham com o romance perfeito, daqueles que nunca viram nas suas casas entre seus pais e familiares. 

Não sou uma desacreditada na vida. Sei que existem pessoas que lutam muito, de outras formas, são inteligentes, grandes conhecedores da alma humana, mas acima de tudo, grande conhecedor do outro, daquele que está ali todos os dias juntos. Ele(a) não tem olhar biônico, nem uma percepção ultra fodástica, tem apenas interesse no outro e isso basta para notar um cabelo cortado, um sorriso feliz ou um olhar decepcionado. 

Não serão os milhões de um ou de outro que os tornarão ricos, será o somatório das conquistas, a falta de inveja pelo que o outro conquistou, mas o prazer de saber que está ao lado e apoiando alguém tão dedicado.

Se me perguntar se ainda assisto romances te direi que sim, a todos, e choro e sonho e viajo. Também viajo nos filmes de ação. São filmes...Todo mundo sonha com o que não tem. Toda criança deseja o impossível. O grande “xis” é que isso se perpetua na vida adulta e quando já não podemos mais viver de sonhos, vivemos de vontades esquecidas e revividas em cada filme. Sonhos que aparecem a cada apagar das luzes numa sala de cinema e que se dissipam junto com os créditos finais.


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Linha tênue

Existe uma linha muito tênue que separa o passado do presente. Ela é assim: faz parte do meu passado e não pode fazer parte do presente então eu ignoro. Te ignoro em tudo que você possa se fazer presente. E esse gelo é tão claro que chega a ser ridículo. Mas há duas partes segurando essa linha muito fina e garantindo um gelo exemplar. 

Existe também uma linha muito fina que separa o amigo do Amigo! Bem, amigo aquele que só te procura quando está na merda, aquele que quando te chama você já sabe que é pra contar desgraça e derrota, pedir opinião que não vai usar e te cansar mental e emocionalmente. E tem os Amigos que não importam a distância, o tempo sem contato, a falta de tempo e oportunidade dos dois, sempre será Amigo. Também não importam seus problemas (no sentido de que se ele os tiver, você estará pronto para ajudar, porque ele não está por perto querendo ajuda, ele quer um amigo, as vezes só pra ouvir, chorar, dramatizar e depois da risada da porra toda).

Existe uma película quase invisível entre a convivência pacífica e o relacionamento agradável. Atualmente tenho passeado muito pelo primeiro e aprendendo a lidar com isso. Não somos obrigados a aceitar tudo que os outros fazem, aos seus "maucaratismo", má intenção e malícia além da conta, mas podemos lidar com isso. Incomoda, as vezes machuca, nem sempre se ouve o que deseja, as vezes escutamos "sem querer" o que não deveria. Para os sensíveis, isso é um soco no estômago, mas passa. 

Sempre existirá essa linha tênue separando o desejável do indesejável, o que se espera do que realmente se tem, o que sonhamos do que vivemos. As vezes basta um passo para atravessá-la. Mas as vezes um passo é coisa demais.