quarta-feira, 17 de junho de 2015

Sobre férias, viajar sozinha e algo mais


Nossa quanto tempo não passo por aqui. Confesso que é por pura preguiça. Tenho vários textos espalhados por cadernos, agendas, aplicativos de texto no celular mas nada vem parar aqui. Mas sei que da última vez  estava reclamando da falta de cia, como sempre. E aí que as semanas passaram e minhas férias se aproximando e nada decidido, pois estava esperando algumas respostas, até que decidi que iria sozinha mesmo.

Quando sai de casa estava convicta de que iria fazer um diário de viagem, mas os passeios foram cansativos, chega exausta e só queria banho e cama.

Mesmo sem o tal diário resolvi contar um pouco da experiência, foi minha primeira viagem sozinha e voltei planejando a próxima, é o que posso dizer.

Li muitos blogs falando sobre mulheres que viajam sozinhas, dicas, lugares e tudo mais. Só que na minha experiência foi tudo muito diferente do que esperei e li.

Pra começar descobri que posso me divertir muito sozinha, que ao viajar sem cia é possível observar, conhecer "n" pessoas, bater papo com qualquer um ou simplesmente apreciar o lugar. Quantas coisas passam batidas quando estamos com alguém. 

Achei sinceramente que não conseguiria sair do Hotel mas a verdade é que "bati muita perna".

Há tempos queria conhecer Foz do Iguaçu e sempre tinha algum imprevisto, alguém que desistia, outro que não podia. E esse ano decidi que iria e ponto final. Fiz algumas pesquisas de passeios, hotéis e datas para viajar. Quando minhas férias foram confirmadas, pouco mais de um mês antes, iniciei as pesquisas por voos mais em conta, mas ainda não estava convicta de que iria viajar sozinha. Até que em um belo domingo resolvi dar uma olhada no site da Gol e o preço estava perfeito, pronto, comprei e me empolguei total.

Entrei em contato com uma agência de Foz do Iguaçu chamada Loumar que faz todo tipo de passeio pela cidade e transfer. Fechei os passeios e hotel e comecei a minha contagem regressiva.

Comentei com algumas pessoas a minha decisão de viajar sozinha e de alguns, como já era esperado, só ouvi coisas como "tá doida, fala sério, bla bla bla" e de outros recebi muito incentivo e foram esses comentários que me animara. Quando enfim chegou a data, eu já estava de malas prontas e toda ansiosa.


A viagem foi mais do que esperava, conheci tanta gente, brasileiros ou não, jovens, idosos, casais, viajantes sozinhos como eu. Ouvi tantas experiências, descobri que não fui a primeira e nem serei a última a sair por aí sozinha.  Descobri o prazer de sentar para fazer um lanche e tomar uma cerveja artesanal (detesto cerveja, mas fiquei curiosa e era realmente saborosa). Ainda fui para um rodízio com um rapaz que também viajava sozinho e que nos conhecemos durante o dia em um passeio em grupo, um bate papo de muita risada e comida "a rodo". Dividi lanche com uma senhora que precisava equilibrar a glicose após a longa caminhada. Partilhei o final da trilha Inferior das Cataratas Argentinas com uma Colombiana que tentava aprender um pouco de português, pois em poucos dias viria para o Rio de Janeiro com alguns amigos, mas que por hora estava só. Dividi a risada e a pãodurisse com um casal que foi no mesmo trasfer ao Duty Free e juntos experimentamos TUDO e levamos quase nada! Dividi a câmera do celular com outro casal que ficou sem bateria, fui a fotógrafa deles e, graças ao whatsapp, eles tiveram todos os registros do Icebar. São pequenas situações que só é possível quando estamos sozinhos, dificilmente socializamos quando já temos nosso par. 

Em nenhum momento me senti desestimulada a passear por falta de cia, fiz todos os passeios muito animada, até a visita ao Parque Nacional do Iguaçu que foi o mais difícil devido a chuva e fiquei inicialmente desanimada de me molhar toda, mas no final curti demais e dei sorte de não pegar uma pneumonia. 

Confesso que a melhor parte de viajar sozinha era chegar no hotel arrancar as roupas e cair na cama, assistir TV a toa, deixar tudo zoneado por um tempo, simplesmente relaxar. Na noite que cheguei das Cataratas completamente ensopada eu só precisava me enrolar numa coberta quentinha e foi o que fiz. Só algumas horas depois que levantei, tomei banho e sai novamente, revigorada. A palavra que defini é liberdade, era assim que me sentia todos os dias a cada ida e volta, totalmente livre. Voltei querendo fazer outras e outras viagens sem considerar qualquer cia. Que venham as próximas!!!