sábado, 18 de outubro de 2014

Uma estranha no ninho

Há algum tempo tenho me sentido uma estranha no ninho. Sempre que saio com amigos pareço não pertencer àquele grupo, os assuntos são bons mas não o suficiente para prender toda minha atenção. Sempre estou com boa parte dos meus pensamentos perdidos em outros lugares. Não sei se isso é notório, espero que não, detestaria parecer uma "aluada". E é tão sem querer. Quando percebo já não estou processando mais o que acontece.

Na maioria das vezes me sinto idiota ao contar qualquer banalidade do meu dia a dia, isso porque nada acontece e sempre que começo a falar me dou conta que só falo sobre o trabalho e futilidades e acho que todo mundo já está bem cansado disso, sendo assim prefiro ouvir.

E há algo que me faz calar ainda mais, é quando faço algo que acho realmente legal e recebo hostilidade de volta. Um exemplo foi quando decidi comprar um par de patins, era algo que amava na minha infância e adolescência e sempre quis voltar a andar. Agora que tive a oportunidade resolvi adquirir um par. Em conversa com alguns amigos e/ou colegas ouvi comentários como "pra que? Vai cair e se quebrar toda", "Tá maluca? Depois de velha (velha???) quer dar uma de adolescente?". São esses tipos de comentários que aborrecem. Eu sei que não devemos ligar para a opinião dos outros e não é uma questão de ligar mesmo, mas são perspectivas tão negativas que desanimam. E assim, mais uma vez me calo. Talvez meus projetos e sonhos sejam só meus mesmo.

Essa noite fui ao encontro e comemoração do aniversário de uma amiga que não encontrava há tempos e achei tudo tão esquisito, ela parecia não querer estar ali, a mesa toda não se relacionava eram grupos dentro de grupos apesar de todos se conhecerem, os assuntos não fluíam, cada um na sua bolha e me senti tão desanimada. Parecia que todos tinham saído de casa para nada.

Em meio a conversas sobre dirigir um amigo concluiu baixinho, e passou tão despercebido para todos, você realmente precisa passar logo, você é muito independente, faz tudo sozinha será uma grande evolução pra você. Fiquei pensativa por alguns instantes e me peguei respondendo em voz alta, eu tento não ser tão independente e sozinha, mas a vida não deixa.

Em meio a esse turbilhão de sentimentos me pego pensando que ando tão cansada mentalmente. Vejo tanta coisa errada, pessoas enganando e sendo enganadas, muito mais o segundo que o primeiro, tantas histórias que gostaria de não saber ou vivenciar, ao mesmo tempo aqui dentro anda tudo tão parado. Sempre me sinto incapaz de ... deixa pra lá.

Talvez eu esteja num mês difícil, muitas coisas acontecendo, talvez daqui algumas semanas eu nem me lembre mais que estive assim, mas por hora está sendo uma barra.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Por onde as pessoas andam?

Fico me perguntando por onde as pessoas andam, aonde se conhecem, o que tem feito!! Isso tudo me acomete cada vez que entro em algum aplicativo de relacionamentos e tenho certeza que não é por lá que as pessoas andam.

Ah eu confesso, já tive dezenas de cadastros e claro que nunca deu em nada. A única certeza é que uns 98% são picaretas, casados, comprometidos, pais de família e que estão ali atrás de zueira! Mas é claro que não é uma zueira às claras, você só descobre isso após muito tempo ou, no meu caso e devido a experiência no ramo, logo nos primeiros papos.

Sério, fico pensando o que passa na cabeça da pessoa pra fazer um perfil fake e ficar contando mentira na internet. Sinto-me nostaugica com o tempo em que os chats eram verdadeiras salas de encontros, mesmo que nunca acontecesse o encontro real. Fiz tantas amizades no mundo virtual que vieram para o mundo real, já falei sobre isso aqui.

Daí que um tempo atrás ouvi falar de um tal de Tinder que é o mais superficial que um aplicativo poderia ser. São apenas fotos onde você dá um "joinha" ou um "nope". Gente...você pensa "considerando que o único meio de conhecer alguém é contar com que gostem da minha foto, vou colocar uma foto legal". Só que não!

Quando estou muito triste entro no Tinder pra dar risada. É cada foto que eu penso "até o tablete da Craudia tem uma câmera com resolução melhor". Das duas, uma: ou o cara não tem uma câmera descente ou a foto foi tirada com um V3 há 10 anos atrás. Pior: podem ser as duas coisas.

O grande "xis" da questão é que agora temos a praga do Whatsapp que deveria ser mais um meio de comunicação com amigos de forma gratuita, só que a galera esqueceu que distribuir o vulgo zapzap significa dar seu telefone pra qualquer um. É o mesmo que escrever seu número em um telefone público hahahaha sempre penso nisso quando pedem meu whats.

Bem então o circo tá armado, basta você dar um joinha na foto que o cara manda um oi e logo "tem whatsapp"? Eu nem respondo.

O melhor é que depois de muita experiência na área você começa a eliminar as pessoas pelos tipos de fotos, ex: foto com criança eu passo batida (tá de sacanagem que o cara vai expor o filho numa rede desse tipo? E se tem filho já não me interessa, se eu quisesse surpresas comprava um kinder ovo), foto com péssima resolução, aquelas que o cara fez tanta força , que deve ter borrado as calças, para parecer forte e só saiu gordo, foto com um bando de pessoas cortadas (não é possível que o indivíduo não tem uma foto sozinho), são muitas, eu deveria listar, por que sempre que vou passando as fotos começo a rir muito.

Preciso anotar tudo o que penso e me faz chorar de tanto rir para postar aqui, pena que não posso postar as fotos...

Família...família

É muito complicado crescer numa família aonde não há o costume e a delicadeza da palavra "desculpa".  Com o tempo começa a fazer muita falta e por não se ter o hábito de usá-la, torna-se obsoleta e desconhecida. É super difícil viver toda sua vida não demonstrando sentimentos, escondendo quem você realmente é e o que te faz sorrir.

Hoje quando vejo meus familiares falando uns dos outro, julgando seu modo de vida, como levam seus dias e apontando o dedo para o outro como se fossem os donos da razão e do bom senso eu sempre penso "e daí? Ela(e) está vivendo como quer, sem rótulos, sem vergonha e sendo feliz a sua maneira, danem-se vocês". 

E nessa mesma família vejo várias pessoas que deixaram a felicidade passar por medo do que os outros iriam pensar, famílias que não foram formadas por que " o que diriam minhas tias?". Na boa, ninguém tem nada a ver com a sua vida. No final das contas é tudo sobre você, depois de alguns anos e/ou décadas toda pose será jogada no lixo e será só você e seus traumas e arrependimentos.

Sendo assim, há muito tempo larguei o "danem-se", só eu sei o que vivo, como vivo, como são meus dias, as poucas glórias e as muitas lutas, ninguém vem aqui me carregar no colo e lutar por mim, então na boa, não enche!

Esses dias tive a oportunidade de reencontrar familiares que não via há pelo menos 15 anos. Nossa, fiquei tão animada por saber que até os que tinham tudo para dar errado, deram certo! E nessa mesma oportunidade pude ver como as pessoas podem ser mesquinhas e falsas. Era um momento de celebração, alegria, comemoração de mais um ano de vida e o motivo da reunião era para compartilhar a alegria daquela família e aí que as cobrinhas aproveitam para dar o bote!! É por essas e outras que raramente vou a eventos familiares.

Chega dessa coisa de família e parentes. Infelizmente não temos a oportunidade de escolhê-los, então temos que aguentar e conviver. Mas se tem uma coisa que podemos aprender com parentes é que aqui se faz, aqui se paga. E tendo aprendido isto, pode ter certeza que será aplicado a tudo mais na vida.