sábado, 17 de julho de 2010

Um causa, duas sentenças



É engraçado como um fato pode ocorrer igual por duas vezes, porém, o que irá definir a diferença entre eles será o lado que você está.

Hoje fui ao supermercado comprar algumas coisas para organizar um lanche amanhã. Como, após as compras iria a um compromisso e só retornaria para casa a noite, sai de casa com meu agasalho (lê-se casaco, cachecol soltinho no pescoço, calça e tênis), bem "iverno-tá-frio-pacas". Porém, apesar da fina chuva que caia, não estava tão frio assim.
Bem. Assim que cheguei ao supermercado, estavam saindo duas meninas no melhor estilho "piriguete-não-sente-frio", uma mais a frente e outra atrás, mas estavam juntas. E a da frente falou "nossa fulana, que frio é esse". E a outra respondeu "é eu já vi".
Como eu era a única pessoa passando por elas, entendi que o "problema" ali era eu! Fiquei bastante constrangida pelo fato de alguém debochar de mim por estar agasalhada numa tarde de inverno.
Mas, quem tem boca fala o que quer não é? Passei batida e ainda fechei o casaco, pra ficar mais quentinho! Entrei na loja e só fiquei pensando nisso! Dando justificativas à minha mente e fermentando "como podem te julgar pelo que você veste, pelo seu corte de cabelo, penteado, rosto, expressão, modo de falar"? Como? E se eu estivesse doente? Elas nem sabem que vesti tudo por preguiça de carregar nas mãos, fora a bolsa e as compras que viriam depois!
Lembrei também do filme, a invenção da mentira, numa cena em que o personagem principal, Frank, pergunta para sua paixão-amiga Jenniffer, o que ela vê quando olha para um casal do outro lado do parque. Ela responde que vê um cara fracassado e que não tem um biotipo bom para ter filhos (o cara é feio). E Frank apresenta o ponto de vista dele, explicando a parte bonita do casal, a paixão dos dois, enfim. Ele fala do que vai além do que os olhos podem ver.
Fiz minhas compras e fui embora. No meio do caminho, como que para alívio da minha consciência, a chuva deu uma apertada. Imediatamente me ocorreu "tá vendo, está frio sim, e eu nem vou me molhar, sou prevenida".
Agora, o outro lado da história é que ao olhar para elas eu pensei "piriguete-não-sente-frio", pois vestiam shortes curtos, blusas de alça e sandália aberta. Ou seja, eu também julguei pelo visual, a única diferença é que não falei. Mas, estava no mesmo barco. É muito engraçado a diferença que faz estar do outro lado da linha inimiga.
Julgar é mole, mole. Ser julgado é doloroso.
Beijos.

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