sábado, 24 de julho de 2010

In love


Sabe aquelas coisas que aconteceram na adolescência, mas vem à memória como fantasmas querendo te assustar? Pois é, Érica era intima desses fantasminhas camaradas.  


Há tanto tempo ocorrera o seu pequeno casinho com um colega de bairro, o tão charmosinho e conhecido Alemão. Hoje em dia ela nem lembra mais o nome dele, só sabe que continua igualmente charmosinho e fazendo jus ao apelido de infância.

Érica teve uma adolescência bastante agitada, com vários colegas (coloridos ou não), passava uma boa parte do tempo,  com sua mãe costumava dizer, "batendo pernas" pelo bairro. Conhecia tanta gente e era conhecida de muitos. O principal fator para tak popularidade foi ter estudado muitos anos com o mesmo grupo de amigos, a questão é que essas andanças e amizades renderam-lhe memórias dignas de esquecimento durante sua vida adulta.

Hoje já não tem mais contato com tais amigos, cada um tomou seu rumo e não restou nem coleguismo. A maioria já não vê mais, outros nem lembra o nome. Porém, os casinhos ela recorda perfeitamente, ainda mais que a maioria continua pelo bairro, trabalham em comércio ou serviços públicos, causando encontros embaraçosos onde Érica faz questão de fingir não conhecer ninguém.

Um dos encontros que tem ocorrido com maior frequência é com o Alemão, isso por que seus pais tem alguns comércios pelo bairro onde moram, e o mais próximo da casa de Érica é uma padaria no qual é freguesa.

Érica ficou muito tempo sem vê-lo, pois a correria da sua rotina, seus horários pouco convencionais não permitia tais encontros. Apenas em alguns finais de semana, o via de longe, mas nada que despertasse algum interesse ou lembranças. Um certo dia até se surpreendeu ao ouvir de sua mãe que ele, o filho da Beth como costumava mencionar, havia deixado o ótimo emprego que arrumou para se dedicar aos negócios da família, pois era o que gostava de fazer. Érica se surpreendeu ao perceber que tal informação veio direto da fonte, ou seja, sua mãe tinha amizade com Alemão? Vai entender. Ela apenas acenou com a cabeça, enquanto seus pensamentos riam sozinhos. Que irônico!

Os encontros começaram a aumentar quando Érica entrou de férias e passou a realizar algumas tarefas corriqueiras que não desempenhava há muito tempo. Nas primeiras idas a padaria, por exemplo, sempre encontrava o bonitinho. E era engraçado, porque ao vê-lo lembrava de imediato do ocorrido há mais de sete anos atrás. Sua mente dava piruetas de tanta graça que achava. Mas, entrava muda e saia calada.

Depois de alguns dias, ele começou a puxar assunto. Sempre com comentários aleatórios e sem importância. E ela pode constatar que aquela voz rouca continuava a mesma, claro que não mais infantilizada, mas lindamente rouca como sempre!

Era inevitável lembrar do ocorrido ainda mais foram tantos detalhes engraçados, como por exemplo o fato dela ser mais velha que ele, um ano mas era. Para quem tinha 15 anos fazia toda diferença. Outra questão era o tempo que levaram para desenrolar esse rolo. Apesar do grupo de amigos em comum, ela não lembra ao certo, mas foi complicado e ao final, decepcionante. Ele, como todo rapazinho da sua idade, era afobado demais, beijava mal e ficava meio esquisito, sem saber onde colocar as mãos, o que a fez entrar em colapso de raiva e tratou de se livrar logo do pirralho. Hoje quando olha para aquele belo rostinho lembra logo de uma comparação que lhe cai bem: Alemão é igual a sonho de padaria, muito bonito na vitrine, mas não mão...

Os útlimos comentários foram sobre a rapidez com que Érica fez as contas das suas comprinhas, o que lhe arrancou um sorriso enorme, demonstrando seu lado simpático, que até então estivera adormecido. Depois dessa, ele passou a tecer comentários, mesmo irrelevantes, sempre que a encontra. A última foi um bombom que ganhou de troco (ela pagou o valor exato).

(continua)



Um comentário:

  1. Depois de vê esse clipe que você escolheu até deixei de lê. Ótima escolha! Nickelback é dez.

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