domingo, 21 de agosto de 2016

Um turbilhão Olímpico e outras coisas

Ninguém queria as Olimpíadas, queriam gritar Fora Dilma, Fora Temer, Fora Olimpíadas, fora a porcaria toda, mas desde a abertura que os brasileiros (lê-se Cariocas) se renderam a festa.

Queriam boicotar os jogos, mas o que dizer os estádios lotados? Trânsito dos infernos, time line bombando de fotos do Boulevard Olímpico, Pira e tudo mais. De repente todos viraram patriotas. 

A sensação geral era "não deveríamos ter sediado esse grande evento, mas, já que aconteceu, vamos festejar"! Bem no estilo brasileiro de ser. Quem está na chuva é pra se molhar. Confesso que fui uma das que pensaram assim. Não festejei por pura falta de dinheiro e tempo para participar da festa (exatamente nessa ordem).

*** Corta pra 18 ***

Ela órfã, de família só tem uma irmã, ralou até o oitavo mês completo de gestação, saindo todos os dias as 3h da manhã para encarar mais de 50km de viagem de casa para o trabalho.

Ele de família completa, optou pela mudança de bairro para facilitar a vida (dele) mas sem saber que Ela estava grávida, o que complicou tudo.

Eles, juntos há muitos anos, apesar de tão jovens, formaram uma família meio que no susto. Sem muita estrutura, mas sobrando vontade.

Ele sempre preocupado, saindo correndo, aceitando as caronas com o único foco de chegar cedo e ainda encontrá-la acordada e poder aproveitar a companhia da esposa/amiga/parceira. Sempre preocupado (preparar o jantar, arrumar a casa, ela chega cansada, os pés já incharam, precisa se alimentar bem, chega de besteiras, o que faremos quando nascer?, todos estão longe, não temos ninguém)!

São tantas dificuldades, faltas, barreiras, problemas e tão pouca solução. Mas nunca ouvi reclamações, ou mesmo um momento de irritação e desafeto.

Talvez seja isso aí o tal amor, um "conta comigo" implícito, o apoio necessário, as mãos dadas para seguir em frente, a preocupação sincera com o próximo, a satisfação da companhia. Não é comodismo, não é resignação. Mas é saber que as coisas podem melhorar sim, mas neste momento estão como estão. É a simplicidade do ser e não ter. É a escolha do "ser" do outro e não do ter.

É preciso muita evolução para isso, humildade e coração aberto. Dar sem esperar nada em troca, ser cúmplice, sincero e formar uma grande parceria. Ele e ela agora são três, veio lindo, cheio de saúde e vida mostrar que aonde tem amor sempre terá espaço pra mais um.

Quando os assisto sempre penso na máxima: Quem quer dá um jeito e quem não quer arruma uma desculpa (ou algo assim)!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou? Então comente! Não gostou? Comente também!