domingo, 7 de novembro de 2010

Aconteceu no Caioaba II


Como já contei no post anterior, minha vida no Caioaba era só sombra, água fresca e muita brincadeira. Tudo isso com exceção dos perrengues, mas não quero falar disso. Quando paro pra pensar na minha infância naquele bairro fico feliz pelos momentos que tive, as pessoas que conheci, as brincadeiras, são memórias eternas, tenho a sensação de que até a velhice estará tudo guardado na cachola.

Cheguei ao Caioaba em Fevereiro de 1994. Ano de copa do mundo e mudanças de governo e moeda. Esses são os únicos fatos históricos que lembro. Toda a minha memória da época remete a brincadeiras, músicas e programas de TV infantis. Sempre admiti ter sido uma criança alienada para o mundo. Tenho vários amigos que lembram de quase tudo que acontecia no mundo durante a sua infância, eu não lembro de nada! Nada como a morte de Renato Russo, por exemplo, não lembro da repercussão. Do Senna, também não lembro bem. Só lembro da partida dos Mamonas por que era muito fã. Acho que tenho memória seletiva para tragédias.

Aquele ano foi o mais festivo que tive por lá! O pessoal da Rua Fernanda de Souza, onde morava, organizou uma festa julina misturada com Copa do Mundo. Então, nos dias de jogos, tinha fogueira, comes e bebes e tv na rua para todo mundo ver o jogo! E foi a maior bagunça! Após os jogos, que foram sensacionais e que nos levou ao Tetra, tinha muita música e dança, enfim, era festa! Lembro que meu pai comprou caixas e mais caixas de fogos! E eu na onda soltava estalinho e bombinhas (risos).

Em apenas seis meses de bairro eu já tinha feito muitos amigos e conhecia muita gente. O grupo todo era muito mesclado entre meninos e meninas e com a faixa etária entre 8 e 12 anos, se não me engano. Todos com o mesmo estilo de vida e preocupações, ir para o colégio, voltar, assistir Power Rangers, almoçar e ir para a rua brincar! Quase sempre as brincadeiras se repetiam, o grupo não mudava, tinha as pequenas richas, os bafafás, os "mas-que-mas", e no final das contas todo mundo se acertava e no dia seguinte nada mais importava! Estávamos todos juntos fazendo algazarra de novo.

(Continua)

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