Ontem assisti a um filme super
legal, O Protetor, filme de ação com Denzel Washington que um amigo disse ser
muuuuuuuuito bom, como todo esse exagero no muito.
Bem, o filme é bom. Não vou fazer
uma descrição crítica aqui, mas não é isso tudo. Daí fiquei me perguntando
porque os meninos gostam tanto desse tipo de filme e nós, meninas, tanto dos
filmes melosos.
Vejamos, no filme de ação é
sempre a mesma coisa, certo? É um cara muito foda, que entende de artes
marciais (TODAS), tecnologia, segurança de dados, segurança pessoal, bombas,
ciência, astronomia, mecânica, física quântica e um pouco de esoteria.
Já no romance a mulher, por mais
tapada que seja e em circunstâncias deploráveis consegue conhecer um cara
bacana, boa pinta, que ama a natureza, a família dela, os amigos dela, os
defeitos dela, todas as babaquices que ela faz, o cara corre atrás, se mata,
esquece todos os milhões (porque num bom romance o cara nunca é pobre,
convenhamos que não tem charme nenhum jantar num podrão, ok?), esquece a modelo
linda que faz tudo por ele, os amigos, enfim, deixa tudo de lado para viver feliz
com ela.
E aí você me diz: qual é o
problema Bruna? A grande questão é que bem, em ambos os casos, essas situações
não existem. Nem o cara todo poderoso, invisível e que luta como se não sentisse
dor e muito menos o romântico milionário perfeito.
Mas todo menino sonha em ser tudo
isso aí, em ter super poderes, em poder voar e andar super veloz em seus velocípedes.
Enquanto as bonequinhas sonham com o romance perfeito, daqueles que nunca viram
nas suas casas entre seus pais e familiares.
Não sou uma desacreditada na vida. Sei que existem pessoas que lutam muito, de outras formas, são inteligentes, grandes conhecedores da alma humana, mas acima de tudo, grande conhecedor do outro, daquele que está ali todos os dias juntos. Ele(a) não tem olhar biônico, nem uma percepção ultra fodástica, tem apenas interesse no outro e isso basta para notar um cabelo cortado, um sorriso feliz ou um olhar decepcionado.
Não serão os milhões de um ou de outro que os tornarão ricos, será o somatório das conquistas, a falta de inveja pelo que o outro conquistou, mas o prazer de saber que está ao lado e apoiando alguém tão dedicado.
Se me perguntar se ainda assisto romances te direi que sim, a todos, e choro e sonho e viajo. Também viajo nos filmes de ação. São filmes...Todo mundo sonha com o que não tem. Toda criança deseja o impossível. O grande “xis” é que isso se perpetua na vida adulta e quando já não podemos mais viver de sonhos, vivemos de vontades esquecidas e revividas em cada filme. Sonhos que aparecem a cada apagar das luzes numa sala de cinema e que se dissipam junto com os créditos finais.